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Código Limpo: Nomes Significativos

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Às vezes fico com um assunto na cabeça por semanas, até achar uma situação ou um exemplo que esclareça a situação. Explico: estava querendo já a algum tempo escrever sobre boas práticas de programação, e pensei em iniciar por "Nomes Significativos", para seguir a nomenclatura utilizada pelo ótimo livro Código Limpo , de Robert C. Martin.  Entretanto, ficava sempre amarrado em exemplos que pareciam ser bons, mas que ainda eu não tinha visto a utilidade prática.  Antes de continuar preciso explicar que tenho um hábito de anotar num bloco de papel todas as ideias que surgem, pois elas desaparecem com a mesma velocidade que aparecem. Para isso tenho um bloco e caneta na mesa de cabeceira (além de um no banheiro), pois esses são os lugares onde tenho mais ideias... Vai entender... Semana passada, estava com um problema bem complicado e tive uma ideia: "vou criar uma variável para indicar que quando um arquivo tiver um certo tamanho deve gravar algumas informações no log. Pois

Computador na sala de aula

No caminho para o trabalho ou voltando para casa sempre escuto as notícias pelo rádio. Com o início do horário eleitoral gratuito me aventurei em escutar um pouco as propostas dos candidatos a vereador. E uma coisa me chamou a atenção: em 10 ou 15 minutos 3 vereadores falaram em introduzir computadores nas salas de aula.

Desde do meu primeiro computador, um TK 2000 em 1985, até hoje, eu sempre mexi e trabalhei com informática. Vou citar duas experiências que eu tive com computadores em sala de aula. Mesmo separadas por 18 anos, acho que são válidas para contextualizar o problema.

A primeira foi em 1994, quando eu dava aula de Sistemas Operacionais e Linguagem de Programação em uma escola de informática. A sala era pequena, apenas 6 ou 8 computadores e apenas um aluno por computador. No fundo da sala tinha duas garotas e não paravam de conversar e atrapalhavam a aula de todos. Os demais era todos interessados e atentos. E precisa ser assim, pois no curso em questão, estávamos desenvolvendo um sistema de gestão empresarial como exemplo.

A segunda experiência que vou contar ocorreu este ano. Estava fazendo uma apresentação num workshop para umas 30 pessoas, numa sala de aula normal. Todas prestavam atenção (ou pelo menos faziam de conta que prestavam). Logo depois, fomos para uma sala com um computador para cada 2 pessoas. Foi a pior coisa que aconteceu: mais de metade das pessoas nem ouvia o que eu falava - estavam mais preocupadas em tentar ver o email ou outra coisa qualquer.

Conclusões:
1. Se o aluno não quiser prestar atenção, ele não presta;
2. O computador pode ser usado como ferramenta no auxílio às aulas, mas também pode se tornar um obstáculo ao aprendizado.

Algum tempo atrás vi uma notícia que me assustou. Era uma matéria sobre esse assunto, computadores na sala de aula. A reporter faz a mesma pergunta para três alunos que seriam beneficiados: "O que você acha de ter um computador na sala de aula?". As respostas:
- "Ah vai ser bom, vou poder usar o Orkut"
- "Eu adoro a Barbie, vou entrar no site dela"
- "Legal, vou usar para fazer pesquisas para os trabalhos"

Pelas respostas já dá para ver o problema. E nem é culpa das crianças. Alias, seria uma injustiça culpá-las. Tampouco é fácil encontrar os culpados. São muitos, com diferentes graus de culpa: televisão, pais, escola, professores e governo.

Como propaganda política ou discurso eleitoral funciona. Deve render alguns votos falar que "todas as crianças devem ter acesso a um computador na sala de aula" ou "é preciso fazer a inclusão digital da comunidade X". Preferia que investissem na preparação dos professores. Vide os exemplos a seguir:

Essa notícia do ano passado também aponta para o mesmo caminho: Computador na escola é mais eficiente se for usado para treinar professor, diz OCDE.

A Finlândia, o país que tem o melhor sistema educional do mundo, é um exemplo disso. Alias, uma frase resume bem o que eles pensam (e eu também): "... nossa educação não é baseada em tecnologia e sim em professores".

Comentários

  1. Certíssimo Xande... professores ''engajados'' na sua profissão escolhida e dedicação ao ensinamento. Não sendo assim... temos o primeiro e segundo gráus públicos atuais.

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  2. Pois é, às vezes, a solução é mais "simples" do que se imagina.

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